Arquitectura HFC



          A melhor solução do ponto de vista técnico seria levar cabos de fibra óptica directamente à casa dos consumidores assinantes, numa arquitectura FTTH – Fibre to The Home ou FTTP – Fibrer To The Premises. A melhor solução técnica é, no entanto, na maioria dos casos, substituída por uma solução mais viável económicamente. Os altíssimos custos e as enormes dificuldades e transtornos imensuráveis que a adopção da arquitectura FTTH acarretariam tornaram a mesma inviável nos dias de hoje. Pode-se então pensar numa solução intermediária, no qual os cabos de fibra óptica, ao invés de serem instalados dentro das casas dos consumidores, podem ser instaladas em pontos próximos das mesmas, numa solução conhecida como FTTC – Fibre To The Curb.

          A solução actual, contemplada na maioria das redes de distribuição de televisão por cabo é muito semelhante à arquitectura FTTC, mas ao contrário desta última, que prevê armários ópticos muito próximos das residências, disponibilizando o serviço a pequenos grupos de consumidores, esta nova solução prevê a instalação desses armários na vizinhança das residências, sendo a área abrangida muito maior,  disponibilizando estes serviços a um grupo bem maior de consumidores. A solução final corresponde à arquitectura HFC – Hybrid Fibre-Coaxial, uma estrutura híbrida que incorpora as tecnologias de fibra óptica e cabo coaxial na mesma rede de distribuição. A rede de fibra óptica, mais cara e de maior capacidade, extende-se  a partir do headend principal do operador de televisão por cabo até headends regionais. É utilizada ainda na ligação dos headends regionais aos nós ou armários de distribuição destinados a servir uma dada zona de consumidores assinantes e finalmente na ligação a nós secundários de fibra óptica (conversores do sinal óptico  em sinal eléctrico a ser transmitido em cabo coaxial) que servem 25 a 2000 casas. Usualmente atribui-se a designação de célula a uma área de cobertura até 2000 clientes. As ligações entre os nós de fibra óptica e os consumidores é realizada com base numa rede de cabos coaxiais aérea ou subterrânea, de implantação lenta, onde estão inseridos os amplificadores de banda larga. Esta última fase da rede é por vezes designada pelo termo em inglês last mile.





Fig 1. Arquitectura HFC




          Um nó de fibra óptica é constituído por um transmissor e um receptor ópticos, capazes de converter o sinal óptico proveniente do headend, via fibra óptica, num sinal eléctrico com destino aos receptores em casa dos consumidores, via cabo coaxial, com informação dos conteúdos de televisão, voz ou internet (downstream). A conversão também se pode realizar no sentido inverso  contendo o sinal eléctrico proveniente das casas e com destino ao headend, informação sobre os controlos da set-top box, modems ou sinais de monitorização dos amplificadores (upstream). A bidireccionalidade da rede de distribuição permite o seu uso para sistemas interactivos, como acesso à Internet e Televisão Interactiva.

          A informação transmitida do headend para o consumidor (downstream) utiliza uma banda de 50 a 1000 MHz A informação transmitida do consumidor para a rede (upstream) utiliza geralmente a banda de 5 a 65 MHz que não é utilizada para transmissão do sinal de televisão por introduzir demasiado ruído para um conteúdo audiovisual.

          É possível ainda utilizar a rede telefónica para o upstream já que normalmente a informação contida corresponde apenas a sinais de monitorização, reconhecimento ou comandos de navegação, que não necessitam de muito débito na transmissão.